O ranking universitário global de 2025 revelou que 46 das 53 universidades brasileiras caíram de posição, com a USP saindo do top 150 mundial. A principal causa é a redução de investimentos públicos em pesquisa e infraestrutura, que levou à fuga de cérebros e equipamentos obsoletos, colocando o Brasil atrás de outros BRICS como China e Índia no cenário educacional internacional.
O ranking universitário global de 2025 trouxe más notícias para o Brasil: 46 das 53 instituições do país caíram na classificação. A falta de investimento do governo é apontada como a principal causa. Será que o cenário pode mudar?
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ToggleQueda no ranking: o que explica a desclassificação das universidades brasileiras?
O Brasil enfrenta uma queda significativa no ranking universitário global em 2025, com 46 das 53 instituições perdendo posições. O principal motivo? Falta de investimento público em pesquisa e infraestrutura.
Cortes orçamentários afetam qualidade
Nos últimos anos, os repasses para universidades federais caíram até 30%, segundo dados do MEC. Laboratórios ficaram obsoletos, pesquisadores migraram para o exterior e projetos científicos foram cancelados.
Fuga de cérebros preocupa
Entre 2020 e 2025, mais de 8 mil doutores deixaram o país, atraídos por melhores condições no exterior. Essa diáspora intelectual prejudica a produção científica brasileira e a formação de novos pesquisadores.
Outro fator crítico é a redução de bolsas da Capes e CNPq. Em 2025, apenas 40% dos projetos aprovados receberam financiamento, contra 75% em 2010.
Comparação com outros BRICS
Enquanto China e Índia aumentaram investimentos em educação em 15% ao ano, o Brasil estagnou. Resultado: universidades chinesas já têm 7 instituições no top 100 global, contra apenas 1 brasileira.
USP, UFRJ e outras: como as instituições brasileiras se saíram no cenário global?
A USP, melhor universidade brasileira, caiu 23 posições no ranking global, ficando em 147º lugar. Problemas como falta de verba para pesquisa e greves frequentes explicam parte dessa queda.
Desempenho das federais
A UFRJ, segunda melhor do país, perdeu 35 colocações. Seus laboratórios de excelência estão com equipamentos defasados há anos, afetando a produção científica.
Destaques regionais
A UFMG se manteve como a melhor do Nordeste, mas caiu para o grupo 401-500. Já a UFSC, referência em engenharias, teve queda acentuada na avaliação de internacionalização.
Entre as estaduais, a Unicamp foi a que menos perdeu posições (-8), graças a parcerias com empresas. Mas mesmo assim saiu do top 200 mundial.
Áreas mais afetadas
Ciências Exatas foram as mais prejudicadas, com queda média de 30% nas citações internacionais. Humanas sofreram menos, mas perderam espaço na produção de artigos.
Conclusão
A queda das universidades brasileiras no ranking global mostra um alerta importante para o futuro da educação no país. Com menos investimento, nossas instituições perdem qualidade, pesquisadores vão embora e os estudantes ficam sem estrutura adequada. A USP, nossa melhor universidade, já está fora do top 150 mundial – situação que piora a cada ano.
Para mudar esse cenário, é preciso mais verba para pesquisa, melhores salários aos professores e modernização dos laboratórios. Países como China e Índia mostram que investir em educação traz resultados. Sem essas mudanças, o Brasil corre o risco de ficar ainda mais para trás no ensino superior mundial. A hora de agir é agora, antes que o prejuízo seja ainda maior.
Fonte: G1 Globo