Niède Guidon foi a arqueóloga brasileira que revolucionou a compreensão sobre o povoamento das Américas com suas descobertas na Serra da Capivara. Seu trabalho comprovou a presença humana no Brasil há mais de 12 mil anos, além de transformar a região do Piauí em polo científico e turístico reconhecido mundialmente.
A arqueóloga Niède Guidon, cujo trabalho revolucionou o entendimento sobre o povoamento das Américas, faleceu aos 92 anos. Sua trajetória é marcada por descobertas que transformaram a ciência e a vida no sertão do Piauí.
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ToggleA vida e o legado de Niède Guidon
Niède Guidon nasceu em Jaú, São Paulo, em 1933. Desde cedo, mostrou paixão pela arqueologia e pela história. Formou-se em História Natural e, mais tarde, fez doutorado em Paris, especializando-se em pré-história.
Seu trabalho mais conhecido foi na Serra da Capivara, no Piauí. Lá, ela descobriu pinturas rupestres e artefatos que mudaram o que sabemos sobre o povoamento das Américas. Suas pesquisas sugerem que humanos chegaram aqui muito antes do que se pensava.
Além da ciência, Niède lutou pela preservação da região. Criou o Parque Nacional Serra da Capivara, que hoje é Patrimônio Mundial da UNESCO. Ela também ajudou a desenvolver a economia local, gerando empregos e turismo.
Niède era conhecida por seu jeito forte e determinado. Mesmo com desafios, como falta de recursos, ela nunca desistiu. Seu legado vai além da arqueologia – ela inspirou muitas mulheres na ciência e mostrou a importância da cultura brasileira.

As descobertas que mudaram a arqueologia brasileira
As pesquisas de Niède Guidon na Serra da Capivara revelaram pinturas rupestres com mais de 12 mil anos. Essas imagens mostram cenas do cotidiano, animais e rituais dos primeiros habitantes das Américas.
Ela encontrou ferramentas de pedra e vestígios de fogueiras que provam a presença humana antiga. Essas descobertas desafiaram a teoria tradicional sobre a chegada do homem ao continente.
Os estudos de Niède sugerem que os primeiros humanos podem ter vindo diretamente da África. Isso colocaria o Brasil como uma das primeiras regiões habitadas no mundo.
Seu trabalho ajudou a criar novos métodos de datação arqueológica. Hoje, a Serra da Capivara é considerada um dos sítios arqueológicos mais importantes do planeta.
Repercussão e homenagens póstumas
A morte de Niède Guidon gerou comoção no mundo científico e cultural. Museus, universidades e órgãos de preservação manifestaram publicamente seu luto.
O governo do Piauí decretou luto oficial de três dias. A UNESCO destacou seu papel fundamental na preservação do patrimônio histórico brasileiro.
Colegas arqueólogos chamaram Niède de ‘mãe da arqueologia brasileira’. Sua coragem em desafiar teorias estabelecidas inspirou gerações de pesquisadores.
Nas redes sociais, o público compartilhou fotos e histórias sobre ela. Muitos lembraram como suas descobertas colocaram o Brasil no mapa da arqueologia mundial.
O impacto de Niède Guidon na região do Piauí
Niède Guidon transformou completamente a região do Piauí com seu trabalho. Antes isolada, a Serra da Capivara virou polo de pesquisa e turismo cultural.
Ela criou empregos para moradores locais como guias e artesãos. O museu que fundou atrai pesquisadores e turistas do mundo todo.
As comunidades da região aprenderam a valorizar seu patrimônio. Muitos jovens se inspiraram em Niède para estudar arqueologia e história.
Hoje, a economia local depende em parte do turismo gerado pelo parque. Restaurantes, pousadas e lojas de artesanato prosperam graças ao seu legado.
O legado que permanece vivo
A trajetória de Niède Guidon nos mostra como uma pessoa pode transformar a ciência e uma região inteira. Sua paixão pela arqueologia mudou o que sabemos sobre o Brasil pré-histórico.
Mais do que descobertas científicas, ela deixou um exemplo de persistência e amor ao patrimônio cultural. A Serra da Capivara, que era desconhecida, hoje é referência mundial.
Sua história inspira não só cientistas, mas todos que acreditam no poder da educação e da cultura. Niède provou que com determinação, é possível fazer a diferença.
O trabalho dela continua vivo através das pesquisas, do parque e das pessoas que ela inspirou. Essa é a maior herança que uma pesquisadora poderia deixar.
Fonte: Terra