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ToggleCarla Zambelli enfrenta processo de extradição na Itália após condenação no Brasil por invasão do sistema do CNJ, com audiências em Roma onde pedidos de soltura foram negados, mantendo-se presa preventivamente enquanto aguarda decisão final sobre seu retorno ao país.
A Carla Zambelli está no centro de um embate jurídico internacional que mistura política, tecnologia e direito penal. A deputada federal, considerada foragida da Justiça brasileira, agora enfrenta as cortes italianas enquanto tenta evitar sua extradição para o Brasil. Mas como essa história chegou até aqui?
Processo de extradição: audiências em Roma e pedidos de soltura
O processo de extradição de Carla Zambelli está sendo analisado pela Justiça italiana em Roma. A deputada foi presa no aeroporto de Fiumicino em outubro de 2023, quando tentava embarcar para o Dubai. Desde então, seu caso vem sendo discutido nos tribunais italianos.
Audiências decisivas em Roma
As audiências acontecem no Tribunal de Liberdade de Roma. Zambelli compareceu pessoalmente às sessões, usando tornozeleira eletrônica. Seus advogados apresentaram vários pedidos de soltura, mas todos foram negados até agora.
A defesa argumenta que a prisão preventiva não é necessária. Eles afirmam que a deputada não representa risco de fuga. No entanto, a Justiça italiana mantém a custódia por considerar que há perigo real de ela deixar o país.
Pedidos de liberdade rejeitados
Os pedidos de soltura foram baseados em diferentes argumentos. A defesa alegou questões de saúde e direito de defesa. Também mencionou que Zambelli tem residência fixa na Itália, onde mora com a família.
O Ministério Público italiano, porém, opôs-se à soltura. Eles lembraram que a parlamentar é considerada foragida no Brasil. A Justiça local concordou e manteve a prisão preventiva durante todo o processo.
O caso segue em análise, com novas audiências marcadas para as próximas semanas. A decisão final sobre a extradição ainda pode demorar vários meses para sair.
Condenação no Brasil: 10 anos por invasão do sistema do CNJ
Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O crime foi a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2022. A pena foi definida em regime inicial fechado.
O que foi a invasão do CNJ?
A deputada acessou ilegalmente o sistema de processos do CNJ durante as eleições. Ela usou dados sigilosos para atacar adversários políticos. A ação aconteceu através do sistema SireneJud, que contém informações protegidas.
Zambelli divulgou prints de processos na internet. Ela alegou que mostraria supostas fraudes eleitorais. Na verdade, os dados eram confidenciais e de acesso restrito a magistrados.
Reação do STF e CNJ
O CNJ identificou o acesso irregular imediatamente. Eles bloquearam as credenciais usadas pela parlamentar. O caso foi encaminhado ao STF devido ao foro privilegiado.
O ministro Alexandre de Moraes foi o relator do processo. Ele considerou a gravidade do crime contra a administração pública. A condenação inclui crimes de invasão de dispositivo informático e interceptação ilegal.
A defesa tentou reverter a decisão, mas não conseguiu. Agora, a extradição busca fazer cumprir a pena no Brasil. O caso virou exemplo no combate a crimes cibernéticos.
Conclusão
O caso de Carla Zambelli mostra como crimes digitais têm consequências graves, mesmo para autoridades. A condenação no Brasil e o processo de extradição na Itália demonstram que a Justiça age além das fronteiras. A invasão do sistema do CNJ foi um erro grave com desdobramentos internacionais.
Este processo serve de alerta sobre o uso ético da tecnologia e o respeito às instituições. A história ainda não acabou, mas já ensina lições importantes sobre responsabilidade e leis. Fica claro que ninguém está acima da Justiça, não importa o cargo ou localização.
Fonte: G1.globo.com