A China está expandindo rapidamente sua influência global através de investimentos em infraestrutura e ajuda humanitária, especialmente na África e Ásia, enquanto os EUA reduzem sua presença internacional. Essa mudança geopolítica está redefinindo alianças e criando novas dinâmicas de poder no cenário mundial.
Enquanto os EUA reduzem sua presença global, a China avança a passos largos, ocupando espaços antes dominados por Washington. Um relatório recente mostra como Pequim está ampliando sua influência em regiões estratégicas. Será que o mundo está testemunhando uma mudança de poder?
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ToggleChina preenche vácuo deixado pelos EUA em ajuda humanitária
Nos últimos anos, a China tem aumentado sua participação em ajuda humanitária global, especialmente em regiões onde os EUA reduziram investimentos. Dados mostram que Pequim dobrou seus gastos com assistência internacional desde 2016, enquanto Washington cortou verbas em até 30%.
Especialistas apontam que essa estratégia chinesa não é apenas sobre solidariedade. Cada projeto de infraestrutura ou doação médica vem com acordos políticos e econômicos. África e América Latina são os principais focos dessa expansão.
Um exemplo claro aconteceu durante a pandemia. Enquanto os EUA priorizaram seu território, a China enviou vacinas e equipamentos para mais de 50 países. Isso gerou uma onda de simpatia em nações em desenvolvimento.
Expansão chinesa na África e Ásia: acordos e investimentos
A China se tornou o maior parceiro comercial da África, com investimentos que ultrapassam US$ 200 bilhões desde 2020. Estradas, portos e ferrovias construídos por empresas chinesas mudaram a paisagem de vários países africanos.
Na Ásia, a estratégia é similar. Pequim financia projetos de energia e telecomunicações em troca de acesso a recursos naturais. Países como Paquistão e Mianmar receberam empréstimos bilionários para infraestrutura.
Muitos desses acordos incluem cláusulas polêmicas. Quando um país não paga, a China pode assumir o controle de ativos estratégicos. Isso já aconteceu no Sri Lanka, onde um porto importante foi cedido por 99 anos.
Impacto dos cortes de Trump na política externa dos EUA
Os cortes orçamentários na política externa feitos por Donald Trump reduziram a influência dos EUA em regiões estratégicas. Programas de ajuda humanitária e cooperação militar sofreram reduções de até 40% entre 2017 e 2020.
Essa retração criou oportunidades para a China e a Rússia ampliarem sua presença. Enquanto os EUA fechavam embaixadas, esses países abriam novas representações diplomáticas e ofereciam apoio financeiro.
Especialistas alertam que reconstruir a influência americana levará anos. Alguns aliados tradicionais, como países da América Central, já firmaram novos acordos com potências rivais durante esse período.
O novo equilíbrio de poder global
A retração dos EUA e a expansão da China estão redesenhando o mapa geopolítico mundial. Enquanto Washington se volta para seus assuntos internos, Pequim avança com projetos ambiciosos na África, Ásia e Américas.
Essa mudança traz oportunidades e desafios para os países em desenvolvimento. Eles ganham novos investimentos, mas precisam avaliar cuidadosamente os termos dessas parcerias. A diplomacia do século XXI parece estar sendo escrita com menos bandeiras americanas e mais iniciativas chinesas.
O mundo está testemunhando uma transformação histórica nas relações internacionais. Resta saber se esse novo equilíbrio será duradouro ou se os EUA conseguirão recuperar seu espaço no futuro.
Fonte: Veja Abril