Gentílicos são termos que identificam a origem geográfica das pessoas, como ‘carioca’ para quem nasce no Rio ou ‘paulistano’ para São Paulo. Alguns têm origens curiosas – ‘papa-peixes’ vem de Cuiabá e ‘soteropolitano’ tem raiz grega. Existem lugares sem gentílico oficial, mostrando como a língua está em constante evolução.
Você já se perguntou por que quem nasce em Cuiabá é chamado de papa-peixes? Ou como surgiu o termo “soteropolitano” para os nascidos em Salvador? Neste artigo, desvendamos os segredos por trás dos gentílicos mais curiosos do Brasil e do mundo.
Índice
ToggleO que são gentílicos e como são criados?
Gentílicos são os termos que designam as pessoas conforme o local onde nasceram ou vivem. Por exemplo, quem nasce no Rio de Janeiro é carioca, enquanto em São Paulo o gentílico é paulistano. Essas palavras são criadas a partir de regras linguísticas e tradições históricas.
Como se formam os gentílicos?
A maioria dos gentílicos segue padrões de sufixos como -ano, -ense, -eiro ou -ita. O sufixo -ense é comum em cidades como ‘Porto Alegrense’ e ‘Brasiliense’. Já o sufixo -ano aparece em ‘Americano’ ou ‘Paranaense’.
Exceções e curiosidades
Alguns gentílicos fogem das regras tradicionais, como ‘Papa-peixes’ para quem nasce em Cuiabá. Outros têm origem em línguas indígenas ou nomes históricos, como ‘Soteropolitano’ (Salvador), que vem do grego ‘Soterópolis’.
Em alguns casos, o gentílico oficial não é o mais usado. No Rio de Janeiro, por exemplo, ‘Carioca’ é mais popular que ‘Fluminense’, que tecnicamente se refere ao estado. Essas variações mostram como a linguagem evolui com o tempo.
Gentílicos curiosos do Brasil e do mundo
O Brasil tem alguns dos gentílicos mais curiosos do mundo! Quem nasce em Belo Horizonte é belo-horizontino, mas em Recife o termo certo é recifense. E não podemos esquecer do famoso papa-peixes para os cuiabanos – um dos mais originais!
Gentílicos brasileiros inusitados
Alguns estados têm gentílicos que pouca gente conhece. No Piauí, os nascidos em Teresina são teresinenses, enquanto no Maranhão o correto é maranhense. Já no Rio Grande do Sul, além de gaúcho, existe o termo sul-riograndense.
Curiosidades internacionais
No mundo todo encontramos gentílicos interessantes. Em Paris são parisienses, em Londres londrinos. Mas você sabia que quem nasce em Tóquio é tokiota? E os nascidos em Buenos Aires são porteños, um termo cheio de história.
Alguns lugares têm mais de um gentílico aceito. Na Itália, os romanos podem ser chamados de romanos ou romanos. Já nos EUA, os nova-iorquinos são new yorkers, mas também aceitam nova-iorquinos em português.
A história por trás de termos como “fluminense” e “soteropolitano”

Os gentílicos fluminense e soteropolitano têm origens fascinantes. O termo ‘fluminense’ vem do latim ‘flumen’, que significa rio, referindo-se aos nascidos no estado do Rio de Janeiro, banhado por muitos rios. Já ‘soteropolitano’ tem raiz grega, de ‘Soterópolis’ (cidade do Salvador).
A origem de fluminense
Durante o Brasil Império, ‘fluminense’ distinguia os nascidos na província do Rio de Janeiro daqueles da capital (cariocas). Essa diferença permanece até hoje, embora muitas pessoas confundam os termos. O gentílico reflete a geografia cheia de rios da região.
Por que soteropolitano?
Salvador recebeu o nome de ‘São Salvador’, que em grego seria ‘Soter’. Daí veio ‘Soterópolis’ (cidade do Salvador) e depois ‘soteropolitano’. É um dos poucos gentílicos brasileiros com origem grega, mostrando a influência clássica em nossa cultura.
Esses gentílicos históricos revelam como nossa língua mistura influências. Enquanto ‘fluminense’ vem do latim, ‘soteropolitano’ tem raiz grega, e outros como ‘carioca’ vêm do tupi. Cada um conta uma parte da história do Brasil e de suas cidades.
Casos especiais: lugares sem gentílico oficial

Você sabia que existem lugares no Brasil e no mundo que não têm gentílico oficial? Em alguns casos, os moradores usam termos não oficiais ou simplesmente dizem ‘quem nasce aqui’. Isso acontece principalmente em cidades novas ou distritos sem tradição histórica.
Bairros e regiões administrativas
Muitos bairros grandes não possuem gentílicos estabelecidos. Em São Paulo, por exemplo, não existe um termo oficial para quem nasce no Morumbi ou em Pinheiros. As pessoas costumam usar ‘paulistano’ ou criam apelidos informais entre os moradores.
Cidades novas e condomínios
Cidades planejadas como Palmas (TO) e condomínios horizontais muitas vezes não desenvolvem gentílicos próprios. Os moradores geralmente adotam o gentílico do estado ou região. Isso mostra como esses termos demoram para surgir naturalmente na língua.
Alguns lugares têm mais de um gentílico em disputa, sem consenso oficial. Outros simplesmente não sentem necessidade de criar um termo específico. Isso revela como a língua é viva e como os gentílicos nascem do uso popular, não de decretos.
Conclusão
Como vimos, os gentílicos são muito mais que simples palavras – eles carregam história, cultura e identidade regional. Desde os termos curiosos como ‘papa-peixes’ até os de origem clássica como ‘soteropolitano’, cada gentílico conta uma parte da nossa diversidade linguística.
Descobrimos que alguns lugares ainda não têm gentílicos oficiais, mostrando como a língua está sempre em evolução. Seja você carioca, paulistano ou de qualquer outra localidade, seu gentílico faz parte da sua identidade. Que tal descobrir agora a origem do gentílico da sua cidade?
Fonte: G1.globo.com