O título da Unesco para o Parque Cavernas do Peruaçu fortalece sua proteção, aumenta o turismo sustentável e valoriza as comunidades tradicionais. Esse reconhecimento internacional garante recursos para conservação, pesquisas científicas e desenvolvimento local, mantendo o equilíbrio entre preservação ambiental e visitação pública.
O Parque Cavernas do Peruaçu, no Norte de Minas Gerais, acaba de entrar para o seleto grupo de Patrimônios Mundiais Naturais da Unesco. Mas o que torna esse lugar tão especial? Vamos explorar!
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ToggleUnesco reconhece Parque Cavernas do Peruaçu como Patrimônio Mundial
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais, acaba de receber um dos títulos mais importantes do mundo: Patrimônio Mundial Natural da Unesco. Esse reconhecimento coloca o parque no mesmo nível de lugares icônicos como o Grand Canyon e a Grande Barreira de Corais.
Localizado no Norte de Minas, o parque impressiona por suas formações rochosas únicas e pinturas rupestres milenares. A decisão foi anunciada durante a 45ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em setembro de 2023.
Esse é o primeiro título natural de Minas Gerais concedido pela Unesco e o 23º do Brasil. O parque agora terá acesso a mais recursos para conservação e ganhará visibilidade internacional como destino turístico.
O título reconhece o valor universal excepcional do local, que abriga um dos mais importantes conjuntos de cavernas e sítios arqueológicos das Américas. As formações geológicas contam uma história de mais de 1 bilhão de anos.
Primeiro título natural de Minas Gerais pela Unesco
Minas Gerais finalmente conquistou seu primeiro título natural da Unesco com o Parque Cavernas do Peruaçu. Isso mostra a riqueza ambiental do estado, conhecido mais por suas cidades históricas do que por belezas naturais.
O reconhecimento veio depois de anos de estudos técnicos. A área protegida tem 56 mil hectares e fica entre os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões.
Antes disso, Minas só tinha patrimônios culturais reconhecidos, como Ouro Preto e o Conjunto Moderno da Pampulha. Agora, o estado entra no mapa mundial da natureza preservada.
Especialistas dizem que o título pode abrir portas para outros lugares mineiros. A Serra do Cipó e o Parque Estadual do Biribiri são fortes candidatos para futuras indicações.
Local abriga mais de 250 cavernas e pinturas rupestres de 12 mil anos
O Parque Cavernas do Peruaçu é um verdadeiro tesouro arqueológico, com mais de 250 cavernas catalogadas. Entre elas, algumas têm pinturas rupestres incríveis, feitas há cerca de 12 mil anos.
As imagens mostram figuras humanas, animais e símbolos misteriosos. Elas foram deixadas pelos primeiros habitantes da região e ajudam a contar a história do Brasil pré-colonial.
A Gruta do Janelão é uma das mais impressionantes. Tem um salão com 100 metros de altura e formações únicas, como a ‘Perna da Bailarina’, um espeleotema de 28 metros.
Além das pinturas, os pesquisadores encontraram ferramentas de pedra e vestígios de fogueiras antigas. Tudo isso está muito bem preservado graças ao clima seco da região.
Gruta do Janelão é o principal atrativo do parque
A Gruta do Janelão é sem dúvida o grande destaque do Parque Cavernas do Peruaçu. Com seus 4.740 metros de extensão, ela impressiona pelos salões gigantescos e formações únicas.
O nome vem das grandes aberturas naturais que parecem janelas. A luz do sol entra por esses buracos, criando efeitos visuais incríveis nas paredes da caverna.
Dentro da gruta está a famosa Perna da Bailarina, um espeleotema (formação de caverna) de 28 metros que parece uma perna dançando. É uma das maiores do mundo nesse estilo.
O passeio pela Janelão dura cerca de 3 horas e tem trechos com escadas e passarelas. No final, os visitantes encontram o ‘Lago Azul’, uma piscina natural de águas cristalinas.
Como visitar o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu
Para visitar o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, é preciso planejamento. O parque fica a 45 km de Januária (MG) e só pode ser conhecido com guias credenciados.
As visitas acontecem de terça a domingo, das 8h às 17h. É obrigatório agendar com antecedência pelo site do ICMBio ou com agências autorizadas. O ingresso custa R$ 36 (inteira) e R$ 18 (meia).
Leve calçado fechado, água, protetor solar e lanche. O clima é quente e seco, com temperaturas que podem passar dos 35°C. Crianças menores de 12 anos só entram em algumas trilhas.
De Belo Horizonte, são cerca de 8 horas de carro. A estrada até o parque é de terra em alguns trechos, mas bem conservada. Há pousadas simples nas cidades próximas.
Comunidades tradicionais e indígenas no parque
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu abriga comunidades tradicionais e indígenas há séculos. Esses grupos mantêm uma relação especial com a terra e ajudam a preservar a região.
Os Xakriabá são o principal povo indígena da área. Eles vivem em aldeias próximas ao parque e mantêm seus costumes ancestrais. Suas histórias e lendas estão ligadas às cavernas e formações rocha.
Há também comunidades quilombolas e ribeirinhas que dependem dos recursos naturais. Elas praticam agricultura sustentável e artesanato com materiais da região.
O parque trabalha junto com essas populações em projetos de ecoturismo. Os visitantes podem conhecer sua cultura e comprar artesanatos feitos de forma sustentável.
Fonte: G1 Globo