Os países do BRICS têm impactos diferentes com as tarifas americanas: Brasil e China são os mais afetados, Índia enfrenta alta dependência comercial, enquanto Rússia e Irã são menos prejudicados por já estarem adaptados a sanções. As medidas podem reduzir o comércio global em 3.5%, com retaliações já sendo planejadas por vários países.
O anúncio de tarifas Trump contra países do Brics gerou preocupação global. Mas quais nações do bloco estão mais expostas aos impactos econômicos dessa medida? Vamos analisar os dados.
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ToggleTrump anuncia tarifas contra países do Brics
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou novas tarifas contra países do Brics, afetando diretamente as relações comerciais. As medidas devem impactar principalmente exportações de China, Brasil e Índia, que são grandes parceiros econômicos dos Estados Unidos.
Segundo analistas, as tarifas podem chegar a 10% em alguns produtos, aumentando os custos para importadores americanos. A China, maior exportadora para os EUA, seria a mais afetada, mas Brasil e Índia também enfrentariam desafios.
Essa decisão faz parte de uma política mais ampla de protecionismo comercial, que Trump defende desde seu primeiro mandato. Países do Brics já demonstraram preocupação e podem tomar medidas em resposta.

Para entender melhor o caso, nós recomendamos nossa postagem sobre a tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras a partir de agosto e a carta enviada para o Presidente Lula.
China lidera exportações para os EUA
A China mantém a liderança absoluta nas exportações para os EUA, com um volume que supera todos os outros países do Brics juntos. Produtos eletrônicos, roupas e equipamentos industriais são os principais itens enviados ao mercado americano.
Dados recentes mostram que os chineses respondem por cerca de 18% de todas as importações dos Estados Unidos. Essa dependência preocupa o governo americano, que busca reduzir riscos na cadeia de suprimentos.
As novas tarifas de Trump podem aumentar os preços de produtos chineses nos EUA. Isso afetaria tanto consumidores quanto empresas que dependem dessas importações para produção local.
Brasil é o que mais importa dos EUA
Entre os países do Brics, o Brasil se destaca como o que mais importa produtos dos Estados Unidos. Dados recentes mostram que compramos mais dos EUA do que China, Índia e Rússia juntas.
Nossa principal importação são produtos industriais, como máquinas, equipamentos e peças automotivas. Também compramos muito fertilizantes e combustíveis, essenciais para a agricultura e indústria nacional.
As novas tarifas podem encarecer esses produtos, afetando setores importantes da economia. Especialistas alertam que isso pode pressionar ainda mais os preços no mercado interno.
Índia tem alta dependência comercial
A Índia apresenta uma relação comercial bastante dependente dos Estados Unidos, especialmente em setores estratégicos. Cerca de 15% de todas as exportações indianas têm como destino o mercado americano.
Os produtos mais afetados pelas tarifas seriam tecidos, medicamentos genéricos e softwares, itens que representam boa parte da economia indiana. Empresas do país já manifestaram preocupação com possíveis perdas.
Especialistas alertam que a Índia pode ser um dos países mais vulneráveis economicamente nesse cenário. O governo indiano estuda medidas para proteger seus interesses comerciais.
Rússia e Irã são os menos afetados
Diferente dos outros países do Brics, Rússia e Irã devem sentir menos impacto das tarifas americanas. Isso porque ambos já enfrentam diversas sanções econômicas dos EUA há anos.
O comércio entre esses países e os Estados Unidos é bastante limitado atualmente. A Rússia exporta principalmente petróleo e gás, enquanto o Irã vende produtos petrolíferos e agrícolas.
Analistas destacam que essas nações já se adaptaram a um cenário de restrições comerciais. Por isso, as novas tarifas não devem trazer mudanças significativas para suas economias.
Impactos econômicos e reações globais
As novas tarifas americanas devem causar ondas de impacto na economia global. Países do Brics já preveem perdas bilionárias em seus setores exportadores.
O comércio mundial pode sofrer uma redução de até 3,5%, segundo estimativas. Produtos como eletrônicos, aço e commodities agrícolas serão os mais afetados.
Alguns países já anunciaram medidas de retaliação, aumentando tarifas sobre produtos americanos. A China, por exemplo, pode taxar importações de soja e carne dos EUA.
Especialistas alertam para um possível efeito dominó nas cadeias produtivas globais. Pequenas e médias empresas seriam as mais prejudicadas nesse cenário.
O que esperar do cenário econômico global
As novas tarifas comerciais criam um cenário desafiador para a economia mundial, especialmente para os países do Brics. Cada nação precisará encontrar formas de se adaptar às mudanças.
China e Brasil podem ser os mais impactados, enquanto Rússia e Irã devem sentir menos efeitos. A Índia, por sua vez, precisa rever sua dependência comercial.
As reações globais mostram que o protecionismo pode levar a um ciclo de retaliações. Isso pode afetar o crescimento econômico e o preço de produtos em vários países.
O momento exige criatividade e planejamento dos governos e empresas para minimizar os impactos negativos.
Fonte: Valor.globo.com