XXI Jornada de História Antiga e Medieval & V Jornada Virtual Internacional de História: Interseccionalidade no Mediterrâneo Antigo
A XXI Jornada de História Antiga e Medieval e a V Jornada Virtual Internacional de História, a serem realizadas de 19 a 23 de maio de 2025, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), trazem como tema central “Interseccionalidade no Mediterrâneo Antigo”. O evento, que consolida décadas de debates acadêmicos no Brasil sobre Antiguidade e Medievo, propõe uma abordagem inovadora, explorando as múltiplas identidades e relações de poder que atravessaram as sociedades mediterrânicas.
Índice
ToggleInterseccionalidade e o Estudo do Passado
O conceito de interseccionalidade, originalmente cunhado pela teórica feminista Kimberlé Crenshaw, refere-se à sobreposição de categorias como gênero, classe, raça, etnia e status social, criando sistemas interligados de opressão ou privilégio. Aplicado ao Mediterrâneo Antigo, o tema permite analisar como essas dinâmicas operavam em sociedades como Egito, Grécia, Roma, Fenícia e Mesopotâmia, além de culturas menos hegemônicas.
Nesse contexto, questões como:
- Escravidão e mobilidade social
- Gênero e poder político (e.g., sacerdotisas, rainhas, mulheres comerciantes)
- Etnicidade e comércio (e.g., fenícios como “mediadores culturais”)
- Religião e identidade (sincretismos, perseguições, diásporas)
ganham nova dimensão quando vistas sob uma lente interseccional.

A Jornada e Sua Importância Acadêmica
Organizada pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH/UERJ), a Jornada reúne pesquisadores nacionais e internacionais em mesas-redondas, comunicações livres e conferências. Em sua 21ª edição presencial e 5ª versão virtual, o evento reforça o compromisso com a democratização do conhecimento, permitindo acesso híbrido a debatedores de diferentes regiões.
Alguns eixos temáticos previstos incluem:
- Interseccionalidade e Arqueologia: Como vestígios materiais revelam hierarquias sociais.
- Gênero e Sexualidade: Papéis além do binário em culturas antigas.
- Mobilidade e Diásporas: Migrações e identidades em conflito.
- Poder e Resistência: Estratégias de grupos subalternos.
Por Que Participar?
- Interdisciplinaridade: Diálogo entre História, Antropologia, Estudos Clássicos e Teoria Crítica.
- Internacionalização: Participação de especialistas estrangeiros em debates sobre o Mediterrâneo.
- Inclusão: Evento acessível, com tradução em LIBRAS e recursos virtuais.
UERJ Como Polo de Debates
A UERJ, tradicional centro de pesquisa em Ciências Humanas no Brasil, tem se destacado na renovação dos estudos sobre Antiguidade, com grupos como o LEIR (Laboratório de Estudos sobre o Império Romano). A Jornada fortalece essa trajetória, inserindo-se num cenário global de revisão crítica do passado.
Como Inscrever-se
As inscrições para ouvintes e comunicadores estarão abertas no site do evento em 2025, com submissão de resumos e programação detalhada. Estudantes de graduação e pós-graduação são especialmente incentivados a participar.
Conclusão
Ao eleger a interseccionalidade como tema, a Jornada desafia visões tradicionais sobre o Mediterrâneo, propondo uma leitura mais complexa e inclusiva das relações históricas. Em tempos de revisionismos e disputas de memória, refletir sobre como raça, classe e gênero moldaram o passado é também uma ferramenta para entender (e transformar) o presente.
Evento: XXI Jornada de História Antiga e Medieval & V Jornada Virtual Internacional de História
Data: 19 a 23 de maio de 2025
Local: UERJ (presencial e virtual)
Informações: NEA/UERJ